segunda-feira, 3 de março de 2014

Memória holográfica usa magnetismo em vez de luz

Memória holográfica magnônica 

imagem

O protótipo usado nos experimentos tem apenas 2 bits, mas a equipe espera ampliá-lo rapidamente porque tudo funcionou a temperatura ambiente


Um novo tipo de memória holográfica apresentou uma capacidade de armazenamento de dados sem precedentes. 

E o melhor de tudo é que a memória holográfica também tem propriedades que permitem seu uso para o processamento. 

Ao contrário de outros componentes holográficos, a nova memória não funciona com base em ondas de luz, mas em ondas de spin, uma oscilação coletiva dos spins em materiais magnéticos. 

A equipe, formada por pesquisadores dos EUA e da Rússia, batizou seu novo componente de "memória holográfica magnônica", que vem fazer parte do arsenal de um campo emergente conhecido como spintrônica. 

As ondas de spin têm duas vantagens em relação à luz: elas são compatíveis com os componentes eletrônicos atuais e podem operar em comprimentos de onda muito menores, o que significa que os componentes podem ser menores, armazenando mais dados por área. 

O feito também é importante por demonstrar experimentalmente que as técnicas holográficas da óptica podem ser aplicadas em estruturas magnéticas, criando o efeito magnônico holográfico. 

"Os resultados abrem um novo campo de pesquisa, que deverá ter um impacto tremendo no desenvolvimento de novos componentes lógicos e de memória," disse o professor Alexander Khitun, da Universidade da Califórnia em Riverside. 

imagem

A memória holográfica também pode ser usada para processar dados.


Holografia 

Os hologramas estão por todo lado, em notas e cartões de crédito, por exemplo. 

Mas esta é apenas uma pequena parte do campo da holografia: já existem hologramas acústicos sendo usados em aplicações sísmicas e hologramas de micro-ondas sendo usados em sistemas de radar, por exemplo. 

A holografia magnética, inaugurada agora, permite que os dados sejam lidos e escritos em grandes volumes e de forma paralela, com várias células sendo manipuladas ao mesmo tempo. 

Segundo o professor Khitun, depois de quase uma década trabalhando nesta área, o momento eureca veio quando ele decidiu que sua memória holográfica não precisaria substituir os componentes eletrônicos atuais - ela poderia simplesmente complementá-los, trabalhando ao seu lado e tirando proveito dos sistemas já existentes. 

Sua ideia é que a memória magnônica - ou magnetrônica - possa ser usada em associação com os processadores eletrônicos na realização de tarefas específicas, como reconhecimento de imagens, reconhecimento de voz e no processamento gráfico. 

O protótipo usado nos experimentos tem apenas 2 bits, mas a equipe espera ampliá-lo rapidamente porque tudo funcionou a temperatura ambiente. 

Nenhum comentário: