quarta-feira, 20 de abril de 2016

Presidente da Anatel cita jogos online para defender cobrança extra de internet fixa.

Para a agência, a existência de franquias não é contra a regulamentação



João Rezende, presidente da Anatel, citou jogos online para tentar defender a cobrança extra de internet fixa durante uma coletiva de imprensa do órgão na última segunda-feira (18).

"Tem gente que adora, fica jogando o tempo inteiro e isso gasta um volume de banda muito grande. É evidente que algum tipo de equilíbrio há de se ter porque, senão, nós teremos o consumidor que consome menos pagando por aqueles que estão consumindo mais. É essa questão da propaganda, do ilimitado e do infinito que é um negócio que acabou desacostumando o usuário."



O comentário ocorre em um momento de impasse em que algumas operadoras de telefonia einternet implantaram um sistema de franquia no consumo de internet banda larga fixa em que, caso o consumidor exceda o valor pré-definido, seria cobrado um preço adicional e poderia ocorrer ainda a diminuição da velocidade e até mesmo o corte total de internet.

Para a Anatel, esta prática não vai contra a regulamentação. "A Anatel não proíbe esse modelo de negócios, que haja cobrança adicional tanto pela velocidade como pelos dados" (via Agência Brasil).

No entanto, a Anatel proibiu as operadoras de cortarem o serviço de internet, diminuírem a velocidade ou cobrar adicional, por 90 dias, caso os limites de franquia sejam ultrapassados, em determinação publicada no Diário Oficial da União.

Para Rezende, as empresas estão falhando na comunicação com os clientes por não implementarem as ferramentas necessárias para que os usuários possam saber quanto estão consumindo diariamente. Rezende disse que as empresas cometeram um "erro estratégico" há alguns anos ao não perceber o crescimento do uso de internet no Brasil. "Percebemos um avanço progressivo no acesso à internet e é evidente que, em algum momento, esse modelo de negócios aconteceria, assim como ocorreu no serviço ilimitado em voz."

Ainda, o presidente da agência também considera que as empresas, ao longo do tempo, "deseducaram" os consumidores, por oferecer internet sem limite de utilização. "Essa questão da propaganda do ilimitado acabou de alguma maneira desacostumando os usuários. Foi uma má educação ao consumo que as empresas fizeram ao longo do tempo", disse. Para Rezende, a oferta das empresas tem que ser coerente com a realidade, ou seja, a operadora não pode dizer que um serviço é ilimitado e não praticar".

por Turokrj, fonte: Br/Ign

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